No último feriado, assisti fui assistir ao filme Tropa de Elite 2, não vou falar do filme, nem sobre as polêmicas, se tá certo ou tá errado. Uma coisa me chamou muito à atenção no filme, as atitudes do Capitão Nascimento ante os problemas de sua vida, pois bem, o cara devia estar deprimido mas, não estava.
Desde o primeiro o filme, fiquei impressionado pela forma estóica que ele enfrenta os problemas, tudo bem, é ficção mas, a vida corrida agitada e os problemas não são.
Desde o primeiro o filme, fiquei impressionado pela forma estóica que ele enfrenta os problemas, tudo bem, é ficção mas, a vida corrida agitada e os problemas não são.
No primeiro filme ele lutava para se afastar da linha de frente do combate pelo fato de o seu filho estar nascendo. Pode parecer estranho né um cara durão daqueles se derretendo todo, decide abandonar praticamente tudo para ser um bom pai, isso é humanidade, sim. Ele não deixava de enfrentar os problemas que tinha pela frente, sentia insegurança, medo, ansiedade, passava por uma baita crise existencial, mas seguia em frente. Pedia ajuda quando necessário, sabia e procurava saber com quem poderia contar, era como todos nós que muitas vezes levamos problemas do trabalho para casa e vice-versa, pois é ilusão dizer que um influência no outro e, ainda arranja tempo pra fazer rapel com a esposa grávida.
Foi dessa forma que o Brasil conheceu o Capitão Nascimento, ele é de fato um novo herói brasileiro, se antes nos identificávamos com Macunaíma, agora estamos frente a frente com o cara, aquele que sai pro batente, encara pressão do trabalho, do chefe, da família, da sociedade, da vida mauca e, no fim das contas só quer mesmo um teminho pra ficar com o filho.
No segundo filme lá vem mais pressão pra cima dele e, uma das frases que mais me marcou, enquanto uns pregavam “Cada cachorro que lamba sua caceta”, o Sub-secretário de Segurança Pública manda a seguinte frase: Eu devia estar deprimido, mas não estou!
Será que muitas vezes não agimos de forma oposta? Certo ou errado o Capitão Nascimento, da forma dele, luta contra um sistema cruel. Não cabe a mim aprovar ou não os métodos dele mas, admiro sua atitude ante a vida. O sistema contra o qual ele luta é o mesmo que nos massacra de uma forma ou de outra e, assim como fez com ele, o sistema quer te ver deprimidinho, pra baixo, entregando os pontos. Muitas vezes nós dizemos o contrário, damos graças a Deus por termos todos os motivos de estarmos deprimidos. É nessa hora, parceiro que o bicho tem que pegar lá fora!
O personagem estava triste, angustiado, desnorteado, a ponto de desabafar com a ex mulher, que era casada com seu antagonista. Mais uma vez, humanamente o amor por seu filho o salva, uma sessão de Jiu-jitsu com o filho, contato, cheiro, calor do filho, voz, a família sendo a motivação do herói.
Outro fato interessante, uma autocrítca dele, por não ter sabido separar seus antogonistas de seus inimigos. O Fraga, que é o cara dos direitos humanos, é de fato um antagonista mas, nem por isso deixou de ser um aliado. Quantos antagonistas nós temos na vida, quantos nos afrontam diariamente? Sinceramente, será que todos são nossos inimigos?
Bem, estas são algumas das lições que aprendi com o personagem do Capitão Nascimento, não com o filme Tropa de Elite, sobre o filme a discussão é muito mais ampla. Sobre o Capitão Nascimento, fica a lição:
- Eu devia estar deprimido, mas não estou!
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