O dia 11 de setembro de 2001 é a data de nascimento do Século XXI, sim, quando o mundo assistiu em tempo real as torres gêmeas caindo, estávamos na verdade assistindo ao nascimento dos tempos loucos que vivemos.
Curiosamente no mesmo mês de setembro a França aprova uma lei proibindo o uso das burcas em lugares públicos, seu uso seria permitido somente dentro de casa. Dizem estar fazendo isso em nome da liberdade da mulher. Será, liberdade da mulher de quem, de onde?
O única que liberdade que venho acompanhando crescer no presente século é a liberdade de o estado se meter na sua vida. Na vanguardista França, em nome de um estado separado da religião, primeiro proibiram símbolos religiosos em prédios públicos do governo. Até aí eu ainda consigo entender, depois proibiram que os alunos usassem símbolos religiosos nas escolas, cruzes, patuás, burcas, quipás e etc.
É neste ponto que as coisas começam a se complicar. O século passado é dividido quase que exatamente no meio pela Segunda Guerra, existia o mundo do antes e o do pós guerra. O mundo do antes da Segunda Guerra não teve muita preocupação em manter os direitos individuais, as liberdades de cada um ser o que quiser ser e, deu no que deu. Hitler fazendo o que bem entendia na Europa sem ninguém pra se meter.
O mundo do pós guerra teve que aprender a lutar pelas liberdades individuais, teve que aprender a tolerar as diferenças, precisou aprender a conviver com as diferenças, com o direito do outro, com o fato de que as culturas são diversas no mundo.
Pois bem, aí no início do atual século, no dia 11 de setembro de 2001, o ocidente e oriente médio se chocam brutalmente. Eu, pessoalmente achei o choque tão absurdo, que prometi pra mim mesmo nunca mais falar mal da religião de ninguém, da cultura de ninguém.
Agora no início da segunda década do Século XXI estamos retrocedendo. Proibir as pessoas de professar sua fé é o fim da picada. É justamente dessa forma que aprendemos a ser intolerantes. Quem assistiu ao filme carruagens de fogo, conhece a história de um pastor protestante e um judeu que disputam entre si o título de homem mais rápido do mundo. Ambos defendiam sua fé e suas convicções, ambos se respeitavam.
O que se deve aprender nas escolas é isso, dar liberdade sim, ao uso da burca, das cruzes, quipás, patuás e sei lá mais o quê. É assim que se aprende a respeitar o outro, percebendo que somos diferentes mas temos direitos iguais.
Agora lá vem a França, se achando no direito de uniformizar todo mundo, tipo naquele filme Zeitgeist, a solução que o filme propõe não é aceitar as diferenças, é acabar com as diversidades.
Ao proibir o uso especificamente da burca e de símbolos religiosos é isso que França está fazendo, está mostrando sua incapacidade de lidar com a diversidade. Além disso tudo ainda há o fato de expulsarem ciganos de seu território.
A França canta em seu hino as palavras liberté, égalité, fraternité, assim mesmo, sem tradução, somente pra eles, somente em francês para os franceses natos. Os franceses desconhecem as palavras acima citadas em outras línguas e para outros povos que não sejam eles.
Deviam saber que as três palavras sem amor não são nada, não tem significado nenhum. Liberdade sem amor é libertinagem, é desordem total, tornando-se inclusive falta de liberdade como estamos vendo. Igualdade sem amor torna-se uniformização, torna-se injustiça, fraternidade sem amor é somente uma palavra, pois não há irmãos que não se amem.
Francamente, o estado deve ser laico ou ateu? Liberdade, igualdade e fraternidade sim, para todos!
A todos a liberdade do Evangelho, como Jesus nos ensinou, a liberdade de saber que tudo me é lícito mas nem tudo me convém, a liberdade de pensar tudo que eu quiser pensar e saber que, no Evangelho, não serei apedrejado por ser diferente. Igualdade e fraternidade, assim, as duas palavras sendo aplicadas juntas em amor. Iguais como irmãos, filhos de um mesmo pai, que moram numa mesma casa, comem da mesma comida, na mesma mesa, mas são diferentes!
Não é com uma intervenção do estado que as mulheres mulçumanas vão ser mais ou menos livres. Todos os povos da Terra só serão mais livres seguindo o mandamento de Jesus, que é amar uns aos outros como Ele nos amou. Isso mesmo, o amor de Jesus por nós deve ser o parâmetro, pois o D´Ele é muito maior que o nosso.
É assim que essas pobres mulheres vão ser livres inclusive usando a burca, é assim que os ciganos poderão andar por todos cantos do mundo, é assim que devemos acolher os diferentes com amor.
É com o amor de Jesus pela humanidade que as palavras liberdade, igualdade e fraternidade são universais, compreensíveis em qualquer língua, por qualquer homem.
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